É verdade que acidentes domésticos acontecem, mas que tal minimizar os riscos? Veja o que fazer para deixar cada ambiente do seu lar doce lar à prova de quedas, queimaduras, choques...
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Sua casa pode ser o melhor lugar do mundo, mas isso não significa que seja o mais seguro. Dados do Ministério da Saúde mostram que quatro em cada dez acidentes graves acontecem dentro do lar. As principais vítimas são as crianças e os idosos. Os pequenos têm pouca ou nenhuma noção do perigo, os mais velhos já perderam ou estão perdendo suas habilidades funcionais, como a mobilidade e a visão.
"A boa notícia é que está comprovado que 90% desses incidentes podem ser evitados com medidas simples", destaca Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.
Com a ajuda de experts, listamos os cuidados que você deve ter com cada cômodo da sua casa para impedir ocorrências, como afogamento, queda, sufocamento, corte e queimadura. Vamos lá, recrute a família para uma inspeção geral e juntos aumentem já a segurança de todos os cantinhos.
Sala
· Fios camuflados: se eles estiverem soltos, alguém pode tropeçar e cair. Segundo a Secretaria da Saúde, em 2011 foram registradas 20 mil internações e 83 mortes provocadas por quedas da própria altura (só no estado de São Paulo). "Os fios expostos ainda oferecem risco de choque elétrico, especialmente às crianças, que levam o material à boca", diz o clínico geral Mário Frattini, chefe da Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (DF). Solução: use canaletas ou esconda-os atrás de um móvel pesado.
· Sobe e desce controlado: as escadas são responsáveis por grande parte das quedas nas residências. Para que os pequenos não se aventurem sozinhos, coloque portões nos dois acessos (superior e inferior). No caso dos idosos, o corrimão é indispensável.
· Vela fora do alcance: mantenha a chama longe das crianças, do tecido das cortinas e do contato direto com os móveis. Use sempre um apoio não inflamável, como o castiçal.
· Quinas protegidas: nas lojas de produtos infantis você encontra protetores para extremidades pontiagudas (que machucam para valer numa colisão). Ao colocá-los, confirme se ficaram bem presos na quina. Se precisar, reforce a fixação com fita adesiva.
Cozinha
· Fogão anticrianças: sempre que possível, utilize as bocas de trás do fogão. Isso dificulta o acesso dos pequenos às panelas, que devem ficar com os cabos voltados para dentro do aparelho. Invista em outros dois cuidados: num lacre de tampa de forno e em travas para os botões do fogão, o que evita a saída de gás.
· Facas, garfos e cia.: mal utilizados, provocam cortes e perfurações severas. Por isso, guarde-os em gavetas trancadas. Outra dica: nada de deixar as pontas dos talheres viradas para cima no escorredor de louças - arrume-os ao contrário para não ferir ninguém.
· Pia não é apoio: jamais suba nessa superfície para pegar algo. Utilize sempre uma escada.
· Refeição tranquila: evite o uso de toalhas de mesa com as crianças. As mais arteiras podem puxar a ponta do tecido, virando sobre si mesmas o conteúdo que está em cima dela, como líquidos quentes.
· Miudezas à distância: guarde feijão, milho, ervilha e outros grãos fora do alcance da criançada. Se forem engolidos, podem acabar causando sufocamento. Os pequenos ainda gostam de brincar com os grãos colocando-os no ouvido ou no nariz, o que leva à infecção.
Quarto
· Cama ideal: ao escolher o móvel, verifique se os seus pés encostam no chão quando você fica sentada sobre o colchão. Essa medida previne tropeções e quedas.
· Janelas sem risco: aposte nas grades e redes de proteção - na verdade, essa dica vale para a casa toda. Escolha as redes certificadas pelo Inmetro, uma vez que possuem cabo de aço dentro do barbante para torná-lo resistente. Já as grades devem ter, no máximo, seis centímetros de espaço entre um vão e outro: isso impede que as crianças passem partes do corpo entre eles e fiquem entaladas.
· Berço seguro: a grade do berço também deve ter até seis centímetros entre os vãos. Certifique-se de que o colchão está bem fixo no móvel e retire da área objetos macios, como bichos de pelúcia e almofadas - eles podem sufocar o bebê.
Banheiro
· Vaso lacrado: os pequenos não entendem que a privada é cheia de germes e bactérias. O melhor é manter a tampa fechada com um lacre específico, encontrado em lojas de produtos infantis.
· Banheira vazia: depois do uso, retire toda a água imediatamente. Um minuto de distração pode ser suficiente para provocar um afogamento.
· Banho antiderrapante: instale barras de apoio nas paredes laterais do chuveiro, afastando o risco de quedas. Também use no ambiente tapetes de borracha.
Área de serviço
· Limpeza a salvo: os produtos químicos devem ser guardados em armários trancados. Não os armazene em outros recipientes, como garrafas de refrigerante: podem ser confundidos tanto pelos adultos quanto pelas crianças.
· Balde cheio, não: bastam dois dedos de água num balde para que uma criança de até 3 anos se afogue. E saiba que, mesmo vazio, esse item é perigoso. A cabeça dos pequenos pesa mais do que o corpo, então, ao se inclinar para ver o que há dentro do utensílio, a criança pode tombar e não conseguir retornar sozinha.